"A noite sempre vem na curva anónima da estrada,
Lembrando-me quem deixei de ser por ti,
Gritos mudos entoados nao servem de nada,
Cobre-me em tua madrugada, faz-me ver o que perdi..." (PAULO ALVES)
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A noite espia os cinco elementos,
E descortina o lilás da madrugada.
A noite desnuda o corpo em alvorada,
Num misto de prazer nos batimentos!
Nessa hora é que os amantes se entregam...
Nos lençóis azuis das sedas que clamam.
E à calma, a noite desvenda os meandros,
Dos colos nus, das ereções dos egos!
E como a confidente, que sempre silencia,
A noite cala os gemidos das manhãs.
E quando o azul do mar já aparece...
É hora da noite recolher as suas vestes
E descansar o semblante das maçãs
Que são devoradas à luz do dia!
(Ledalge, A NOITE)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)