O teu corpo é desalento
infame, perdido, sedento
do meu corpo sobre o teu
minha pele em ti é lume
luz fosca de um vaga-lume
que na paixão se acendeu
tua boca adormecida
singela, subtil, esquecida
dos beijos que te pedi
roupa rasgada no chão
pedaços de solidão
que na tua pele sorvi.
musa dócil de um poeta
seio em vil descoberta
naufrago de prazer
elegia ocasional
língua quase imoral
que apetece morder...
Elis Bodêgo