Pressentimos o desabrochar da Primavera anunciada,
na leveza do afago da emoção obliquada e
no caleidoscópio de luz emergente,
que nos revela
o astrolábio urgente do toque dos corpos.
Navegamos na bolina das copas altaneiras,
protegidos pelas sombras de todas as arvores aéreas,
no magnetismo de eléctrodos polinizados em cera de abelhas.
Encontramo-nos, enamorados, abrigados na caverna
acesa das palavras e, livres no voo de asas,
pássaros ao abandono, planamos no desejo
do ladear dos passos, num traçado reaceso,
num contínuo, num sistémico processo.
Reajustamos o Espaço, ungimo-nos glorificados,
sublimados no suor e na saliva escorrida
da boca aberta do beijo, escotilha vigia da Vida.
Por nós, agora o fragmento do átomo canta,
inaugura-se em nós a Era Quântica.
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