A morte mais não é, do que o que cultivaste em vida;
seu despojo final, terá significado, se aqui deixaste fruto.
Se me conheces bem, sabes que não acredito, em sobre vida;
sou aquele que caminha e seus trilhos perscruto.
Nasces; morres; nada há, para além disso;
pensar numa reencarnação, é desvirtuares, o que a vida te deu.
Porém, a propaganda, deixa-te o aviso:
sê bom, que ao inferno não desces, e teu será o céu.
Respeito as religiões, não admito a mentira;
quem aqui se diz, porta-voz de Deus, em seu relicário supersticioso?
Enquanto vivo, do pensamento retira,
a faculdade de interrogação, tornando-se preconceituoso.
Só quem se ajoelha, perante deuses,
mostra o quanto fraco, no mundo é o Homem.
Eles são deuses e demais semideuses,
que aos pobres de espírito, suas almas consomem.
A morte é o Homem; passagem fugaz, nesta Terra;
se em verdade viver, aceita-a melhor.
Não acredito, quem no Mundo, proclama a guerra,
cumprirá sua função, ao pormenor.
Morrer, ter um cadáver bonito,
é tudo o que peço, no branqueado, de meu ataúde.
Pois que a todos é bem sabido,
que enquanto vivos, nos venha fértil a saúde.
Mas a morte é muito do que isto: é tudo e nada;
o que aos outros bem deixaste e o que em ti se findou.
Venham todos, venham ver a espada,
do guerreiro e amigo, que de vós se apartou.
Jorge Humberto
23/07/08