Vivo tranqüilamente o fim,
Pouco ou completamente esquecido de mim.
A enfermidade, o silêncio e a dor de quem ainda vive,
Mas morto para o Espírito ascende à loucura do que é puro
E a morte é o começo do que se acabou.
As flores são sinais de ilusões para o morto.
[Tristeza, fluído que inunda a alma.]
E esta carcaça terrena que batizada e condenada
A truculenta tortura e insípida ilusão de viver
Como um verme imaculando a flor.
A flor, símbolo efêmero do sepulcro sorumbático.
Estamos acorrentados pela dor,
Assim, como a flor está exalando esta apatia a vida.
Enfermidade! Saúde de uma mente sã
Daqueles que ufanam a razão,
Eco sombrio e sórdido da loucura.
Razão, febril pensamento que só o louco conhece.
Dor, mácula da alma que o corpo
Necessita para conhecer o desconhecido
Para a máxima clarividência do Mundo
E seus cães famintos.
Em um corpo que não sofre,
Que a enfermidade não atinge
O conhecimento não cinge.
Quero no esplendor de outros outonos
Correr pelos campos de flores maculadas pela tristeza
Fluindo em um corpo vão,
Abraçando-me numa volúpia obscura
Com seu cálido afeto e antes da morte,
Colho desta resignação meu Dom secreto
Na mácula sangrenta de meu nirvana.
Davys Sousa
(Caine)