VAZIO MENSURÁVEL
Fito o meu quarto, novamente emantado por uma bruma lúgubre:
Bruma que é a própria lugubricidade em mim contida.
Eu não disse, não disse que eu não conseguiria escapar
Desta sombra maldita que me molda o fluxo da vida.
Pois é,
A sensação de segurança,
Que parecia ser tão sólida conforme uma rocha,
Num repente se liquefez e encontrou seu estuário de longa data.
Mas, na verdade,
Desde o princípio eu soubera de sua índole volátil.
Sim, a fragrância da fugacidade subjugava-lhe profusamente
A substância do espírito e á da carne.
Sim, eu estou cônscio,
Aconteça o que estiver para acontecer,
O ima do silêncio sempre me submeterá o ego sem brio.
Sim, me é mensurável a infinita ausência que jaz
Sobre meu velho ser hialino.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA