POEMA RUSSO

caro flavio,

eu pouco sei da rússia. nem sei se há voo direto do brasil para lá. mas para a poesia tudo é possível, mesmo alguns tropeções. quanto ao poeta, creio que deve estar sempre à solta criar mundos nos seu mundo. viajar países, mesmo sem sair do seu lugar. a pureza da alma tenho procurado conservá-la, apesar do tempo sujo em que vivemos. sempre bom receber palavras suas.

um abraço, meu amigo.
admiração do

júlio s.

Meu caro Bruno,

De Manuel Gusmão conheço quase nada, embora eu seja um rato de autores portugueses. Vivo freqüentando a Ebradil, que é uma distribuidora de livros portugueses aqui no Brasil. Sei que Manuel Gusmão, além de poeta, é professor universitário, detalhe que me leva a crer ser dono de uma paciência de Jó. Não costumo recorrer à internet, que nem sempre traz informações precisas. Mas, neste caso, fui até ela e colhi estes versos de Manuel Gusmão, que achei belos:

"passas-me a manhã devagar
de mão em mão
como um mapa fosforecente

onde por certo íamos morrer"

da Rússia também o pouco que sei é através dos seus autores. Depois da queda do socialismo, perdi um pouco o interesse por esse país, que me parece bonito, apesar de esquisito e triste, acho que por causa do frio. Tive uma amiga russa que me falava muito mal de lá. Eu tenho certo fascínio pela Igreja Ortodoxa. Acho o ritual lindo. Dei de colecionar ícones. E ganhei um até da mulher de um padre (os padres ortodoxos podem casar) da Igreja Ortodoxa Russa aqui no Brasil. Quanto a Maiakóvski, para dizer a verdade, já gostei mais.Com relação às russas, creio que não iam gostar de mim, porque minha estatura é baixa. Acho que da Rússia mesmo só me sobra este cego que inventei com a sua balalaica.
Grato, Bruno, pelas suas palavras.

Afeto e admiração,

júlio s.

meu caro fernando,

só conheço a rússia através dos seus escritores. depois da queda do socialismo, perdi um pouco o interesse por esse país que imagino cinzento e triste, como o descrevi no poema. detesto vodca. já gostei mais de maiakóvski - hoje o acho meio chato. em relação às russas, não iam gostar de mim: minha estatura é baixa e eu sumiria diante delas. agora, de tolstói mesmo, acho que só tenho a barba.

um forte abraço,

júlio s.

camarada jessé,

o pcdob (partido comunista do brasil), que não é o meu - sou filiado ao pcb (partido comunista brasileiro, o velho partidão), teve grandes comunistas, como joão amazonas, por exemplo.mas, infelizmente, vendeu-se ao neoliberalismo, em troca de cargos neste governo, que não sei mais o que é. chegaram a eleger o jogador ademir da guia, um gênio da bola, e deixaram de lado o filho de joão amazonas. ademir da guia, como era de se esperar, debandou para um partido de extrema direita. e o único marx que ele conheceu na vida foi o juiz de futebol armando marques.

afeto e admiração,

júlio s.

fred, meu amigo

eu conheço a rússia só através dos livros. depois da queda do socialismo, não me interessei mais. talvez desse meu desiteresse tenha nascido o poema. obrigado por ter gostado.

abraço, camarada,

júlio s.

Olá, Helen!

Bem, vamos por etapas. Eu também só conheço a Rússia através dos livros. Para ser sincero, depois da queda do socialismo, desinteressei-me um pouco desse país. Detesto vodca. A língua comecei a aprender, inclusive fui colega de um irmão de Chico Buarque. Mas desisti - porque falar até que não é difícil, mas escrever em alfabeto cirílico é um saco. Maria não existe. Como não existe o tal cego que toca balalaica. Como eu odeio frio, acho que só irei para a Rússia através da poesia. Quanto a este poema, veio hoje de manhã quando fui tomar café na padaria em frente ao prédio onde moro. O poema veio por vir. E eu até acabei gostando dele. São coisas que a gente não explica.

afeto, Helen - um beijo na sua Marina,

júlio s.

ps: estou usando júlio s. porque apareceu um outro júlio por aqui, aliás brasileiro também. e me pareceu boa gente.

aaaa...meu querido, agradeço pela Marina, obrigada.

eu tbm não sou muito fã do frio, mas acho incrivel essas coisas que acontecem quando a inspiração vem e falamos como vc disse: "o poema veio por vir", mas veio de onde? do que? essas criações poéticas que se formam no nosso pensamento que estimula nossa parte cognitiva é algo inexplicável...por acaso vc conhece algum poeta que ia tomar café na padaria...??...rs..quem sabe ele não estava lá tomando café com vc e vc nem se deu conta!!!...rs

bjo

Prezada Poeta Tânia,

Pois eu também odeio frio. Detesto vodca. E só conheço a Rússia através dos seus escritores mais antigos. Depois da queda do socialismo, me desisteressei um pouco. A idéia do poema veio-me às 5 horas da manhã, horário que acordo sempre, quando fui tomar café na padaria em frente ao prédio aonde moro. O motivo do poema? Sinceramente, não sei.

afeto,

júlio

Meu Caro,

Suas palavras me alegram e - por que não? - colocam-me envaidecido também. Agradeço de coração ao seu comentário. É o que tenho a dizer.
Um forte abraço.E aceite o meu afeto e admiração,

Júlio S.