Poemas : 

se a matarem ela não morre

 
a palavra, de enlevo crivado nos olhos,
elevou-se com o nariz grande e agudo espetado
e disparou uma careta aos abrolhos
que lhe cercavam a vontade de gato pardo

fez-se enviada em carta mundana
recheada de orgulho vivo
e vestiu-se garbosa, toda ufana
para uma gala inventada e, no entanto, verdadeira

de desenho terno, agressivo e bélico,
deu-se a todas as mãos sem cerebro
e foi redesenhada com requinte métrico

foi despida e corrompida,
ensopada em lamaçais de teoria,
foi escrava entrapada e sem comida

e depois renasceu

Valdevinoxis



A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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Enviado por Tópico
Karla Bardanza
Publicado: 21/07/2008 23:17  Atualizado: 21/07/2008 23:17
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Mensagens: 3263
 Re: se a matarem ela não morre
E sempre renascerá!

Afeto!


Karla Bardanza

Enviado por Tópico
Tália
Publicado: 22/07/2008 08:51  Atualizado: 22/07/2008 08:51
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Localidade: Lisboa
Mensagens: 2489
 Re: se a matarem ela não morre



3 beijos

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/07/2008 20:17  Atualizado: 23/07/2008 20:17
 Re: se a matarem ela não morre
Vc sai cortando tudo o que vê na frente, palavras matando e não morrendo...o que seria do papel e das tintas, se não existisse a escrita?

Vc sempre me surpreende, caro poeta!!

Adoro te ler!