Eu procuro enxergar através dos olhos de crepúsculo insondável,
Redescobrindo a paixão através da pungente dor de espinhos cravados em face ingênua,
Quando assombro o infinito com lamentos de morto vivo e meu caixão transbordante de sangue sacoleja,
Sem moeda na boca retorno a procurar pelo amor que se perdeu em desvarios.
Meu tributo ao vazio é a constante infelicidade
A aguilhoar meu coração estático, de forma que apenas tu entenderias,
Mas quão distante parece o caminho para o paraíso e então,
Receio, descobrir que no fim desta trilha apenas reste a ilusão desfeita
Em verdades reveladas tardiamente a uma criança.
Na beleza revitalizada de irmãos demoníacos não encontro resposta,
Pois da debilitada aparência conservo ainda o funesto semblante de outrora,
Imberbe jovem cadáver a vagar nas colinas da terra sagrada sem luz,
Solitários passos que não deixam pegadas.
De cidade em cidade, das ruínas aos palácios,
Se somente nos sonhos a encontro o que será de mim ?
Eterno apenas pago pelos erros aprendidos,
Desvanecendo em estrelas que voam disformes ao sabor do vento,
Para longe.