Poeira em pulmões dilacerados,
Entre discórdias e amores não declarados ,
Esquecidos,
Tarde demais,como sempre
mais um morto..
Na insana rotina de patológicos distúrbios,
Em noites frias
O que há de errado ?
Onde está a esperança?
E tudo parece tão mais cinza que o constante ? Pois até gosto
Desconheço cores vivas no entanto,é preciso Resistir a tentações que assediam
Seja em lugares ermos altíssimnos ou trancado no Banheiro,
Sempre ela,a todo momento ,tão íntima e dúbia
Nos meus pensamentos.
Lágrimas em silêncio na respiração forçada,
O enfisema espreitou e destruiu,vitorioso
Ergueu-se no topo da escadaria,
Diante da tragédia desenrolando-se prevista,
Na viúvez materna de luto breve na miséria herdada,
Em frustrações contruídas deliberadamente.
Eu vejo o fim descortinar-se em mim com sangue Espalhando-se no jardim das lembranças,
E desejo imensamente poder suportar,
Distante da pátria que envolve meu coração em bandeira e brasão fulgurante
Onde estão ? Onde apodrecem aquelas desculpas de ausência em mãos dadas e fracas
Numa cama de hospital, aleijado,mal olhava para Mim...desconheço tua tumba,não visito mausoléu de família Despedaçada.
Meu ideal de funeral em solo sagrado português,
Este último desejo há de se concretizar,aplacará a dor em espírito descansado,ainda que não sinta no rosto o Sol do querido recanto europeu em litoral encantado,
Nem possa saborar o vinho da noite lusa ao som de meu fado,
Algum dia quem sabe,inesperada ilusão, ou quem sabe sonhos persistentes ganhem força de magia ?
E vivo desfrute tudo isso,dos sabores da terra de Camões,do vento, da penumbra de antigos casarões,
Onde seria feliz ao lado de minha amada cantando tal orgulho e sincera paixão.
Vintes anos contam-se em demora de séculos,
Tamanha infelicidade que lamento,
Deste portentoso esqueleto a certeza diária,
Do tenebroso abismo que ainda não chegou ao fim.
Em passos desconfiados na escuridão do quarto.