Perco-me entre letras e letras de palavras que presas na garganta a ferem, a trespassam, tenho tanto para te dizer e sobram-me as palavras que de presas se vão acostumando a tenra verdade de nada se dizer. E a minha boca é este túmulo deste que te foste...
Ainda hoje te julguei ver mas quando reparei eram os meus olhos perdidos na imaginação, nos sonhos, que viram tua face em outro rosto em nada comparado ao teu, perco-me ainda a recordar-te os olhos, desse castanho puro, risonhos, mágicos, a ternura que deles provinha só eu sei.
Escrevo-te assim à luz do que se foi e dói dentro de mim o que não fora, perde-se a ilusão de ver-me toda partir contigo sem nada me dizer, hoje sei-me em ti mesmo sem saber por onde andas, sei que permaneço ainda atada às recordações que me servem de berço.
. façam de conta que eu não estive cá .