Leva-me pela noite fora, prisioneira dos segredos que tu tens em ti e não queres revelar; leva-me nos sonhos recônditos ou risonhos, leva-me por aí neste mar que é a vida… por muito fortes que ondas sejam não nos vamos afundar e se cairmos na água da vida nadamos os dois para o paraíso…
Leva-me sem medos e não me questiones sobre nada, nesta vida sou ignorante só sou sábia sobre aquilo que já foi, já passou, já a vida levou com as suas ondas e arrastou para bem longe.
Quando me tiveres entre as mãos toca-me com o coração, acaricia-me a alma, sobrepõe-te nos meus sonhos e deixa-te ficar… aconchega-te no tempo que o meu pensamento te dedica e sorri, adormece feliz no topo da minha alma, sentado no trono real… porque por muito que me digam que não a realidade também tem um trono.
Leva-me por aí pelas marés brutas e astutas de uma vida amedrontada por definições perturbadoras e infiéis, modernas e berrantes… leva-me nos escombros das tempestades da revolta, sopra comigo as velas do aniversário da loucura e deixa-te ir como se tivéssemos certezas absolutas no paraíso da incerteza.
Toma-me a vida assim em nadas que dizem tudo, toma-me a vida nas tempestades, nos sopros mais fortes que nos arrastam para longe do caminho certo, toma-me a vida enquanto a vida for minha e enquanto tu tiveres força para a tomares…
Leva-me esta noite pelos teus sonhos, em labirintos circulares ou rectilíneos, faz-me ser parte de cada pedacinho que os preencha, faz-me ser tudo em ti até aquilo que o não é.
. façam de conta que eu não estive cá .