Nada é imutável,
Cada um de nós tem o seu prisma,
O seu ângulo de visão,
A equação do mundo é plural.
Num repente, envelhecemos,
Teimamos em culpar o tempo,
das falências do nosso ser,
das nossas ausências de discernimento,
das nossas inconstâncias,
dos nossos equívocos,
das nossas pequenas tragédias,
e más intenções.
Tudo o que plantamos em nós,
um dia vai crescer,
As ervas daninhas por certo,
que não tivemos coragem para cortar,
não vão deixar florir as rosas com que
queríamos perfumar o coração.
O mundo é mudança permanente,
até o chão que pisamos,
às vezes estremece,
sem nos dar um pré-aviso.
Sem querer, caímos,
e quando damos por isso,
perdemos tudo o que temos,
(se é que somos donos de alguma coisa...)
Somos tolos ou iníquos,
por não identificarmos os nossos limites?
Apenas humanos.
O ser faz-se de diferença,
O ser cresce com a tormenta,
O ser faz-se sempre,
se tivermos uma razão inteira,
e vocação para nos reconstruirmos.
Agora mesmo me confundi.
É a razão que nos constrói,
ou é o sentimento ?
Fugi das palavras e inverto a questão.
Onde está o chão da vida que me sustenta
e que estava agora mesmo aqui?
Dele não quero fugir,
por culpa minha não,
enquanto eu puder,
manter-me-ei colada a ele,
até que me aguentem as pernas,
e a minha razão mantenha a lucidez,
para me aliviar o peso da consciência...
Não quero sentir a falência deste ser que me
habita.
Temos que saber todos estar vivos!
beatrzi barroso