Sou filho de um berço...
Que é feito de palha, e cheira a verdura...
Sou fruto de um Maio...
Coberto de flores, chorando a censura...
Sou eterno gaiato...
Que brinca nos campos, a brincar com nada...
Sou força de um tempo...
Que um dia sorriu, e se fez alvorada...
Sou sonho que emerge...
Por entre o restolho, e se esvai no pousio...
Sou conto sem fadas...
Que avança no tempo, que não se contou...
Sou grito da alma...
Que brada no céu, e cai no vazio...
Sou poeta que avança...
Por entre o destino, sem saber quem Sou!...
(António Prates)
As palavras são os olhos da alma...