Ai de mim neste lamentoso dia perdido!
Quando o mar vagueia triste levando tuas flores,
E o múrmurio de funeral em mil ondas ao acaso Desfaz,
Toda beleza da aurora e juras de amor.
Ai de mim neste vago temor crescente!
De não sei que mistérios pressentidos,
Quando a respiração entrecortada de lágrimas,
Soa como aviso de mais um castigo.
Das lembranças carinhosas ao sol ,
Que doirava nossas peles,iluminava teu sorriso,
O que restará de vida em meu coração,
De que servirá a minha alma sem teu abrigo ?
Beijavam me adocicados lábios de vinho,
Em toque suaves de distinta paixão,
Portentosa dama quantas saudades,
Mas quanto martírio de vagante enlutado!
Pavorosa solidão carregada de memórias a Descoberto,
Em cada canto,em cada minuto concebido.
Onde estarão tuas palavras e encantadores risos ?
Onde estará o carinho envolto em olhares perdidos?
Ai de mim nesta existência trágica de alegria Fugidia,
Zombeteiro destino em amarga ida,
Buscando quiçá enlouquecer meus sentidos,
Desgraça maior não poderia haver acontecido.
Não prosseguirei sem teu colo amigo,
Findará o estertor deste coração ofertado em Altar digno,
Se nosso amor pela Morte é interrompido, pois Então,
Que o anjo de asas negras leve-me contigo!