A voz propaga as ondas
De um mar interior
Na vibração profunda
Da nossa carne
O verbo trepida nos lábios
Num registo de amplitudes silábicas
Em traços de letras que oscilam no papel
Fazemos da boca o epicentro do nosso eu
A superfície humana onde conflui a energia
Gerada na densidade do nosso âmago
Na expansão verbal de um instante
Fazemos da palavra
O sismógrafo da alma.