O PERIQUITO GIGANTE
E O
PARDAL PEQUENO
Era uma vez um Periquito Gigante e um Pardal Pequeno, que viviam numa grande, muito grande Oficina de Comboios; aí trabalham muitos seres humanos durante o dia. O Periquito Gigante é a Mascote deles; o Pardal Pequeno não sabe como apareceu por ali. Talvez no desenrolar desta história, Eu e Vocês consigamos descobrir.
O Periquito Gigante passava todos os dias preso numa Gaiola, os humanos de vês em quando lá falavam com ele, mas a linguagem não era a mesma; porque se eles pudessem escutar as palavras do Periquito Gigante, de certeza que ouviam dizer… O quê? – Vocês sabem, o que ele dizia? – Sim, sim, eu sei! – Então diz lá. – Soltem-me desta Gaiola. Por favor! Preciso de esticar as minhas asas e voar um pouco. – Muito bem! Mas continuemos…
- Mas, a onde é que eu ia? – Já sei! Os humanos chamavam-lhe o Russo. – Olá Russo. Toma lá comida. Bebe a água. Mas o mais importante, não lhe dava eles. - Que é o quê, Meninos? – Isso mesmo, a Liberdade. Não é que não gostasse daquela sua casa, a onde não lhe faltava comida e bebida. Não teria que andar como as outras aves á procura de comer e beber; e até lhe tinham muito afecto; mas a Liberdade é a Liberdade.
Coitado do Periquito Gigante, á noite sozinho, de dia também às vezes sozinho e aos fins-de-semana também sozinho. Só quando os Vigilantes iam fazer as rondas, ou as senhoras da limpeza, é que brincavam com ele.
- Sinto-me tão só! – Que sorte a minha? – Ao menos se tivesse um amigo para brincar! – Falava ele para as suas penas verdejantes. – Amigo, devia se estar a referir a outra ave.
Passavam-se dias, passavam-se semanas e até meses e o Periquito Gigante sem poder voar, sem poder brincar e muito mais!
- Será que o nosso amigo, vai ficar naquela gaiola sozinho para sempre? – Que acham meninos? – Eu também acho que não!
O dia nascera como os outros, um pouco escuro, com uns raios de sol á mistura. Tudo indicava que ia ser um dia igual aos outros, principalmente por ser fim-de-semana, pois, não se via ninguém. De repente e nem sei como, ouve-se um ruído, ou será uma voz? – Tomem atenção… Meninos.
- Piu-piu, piu-piu, piu-piu, como vim aqui parar? – Dizia o Pardal Pequeno. – Oh, oh será que estarei ouvir bem? Dizia o Periquito Gigante.
- É um Pardal! – Oh Pardal! Estou aqui! Não tenhas medo.
Mas, o Pardal Pequeno, pois não era muito grande; nada conseguia ouvir. Então, o Periquito Gigante piou ainda mais alto.
- Oh Pardal!
- Estou aqui nesta gaiola.
- Gaiola?
- Será que ouvi bem?
- Ele disse Gaiola?
E o Periquito Gigante dizia novamente:
- Sim! Na gaiola.
- Oh! Gaiola não? – Ó asas para que vos quero.
E, tentou voar á procura do buraco por onde tinha entrado. Mas não o encontrava; o Periquito Gigante é que não parava de piar a gritar:
- Pardal? Oh Pardal? Não te vás embora… - Não vês que tu és pequeno e que entras e sais bem da gaiola?
O Pardal Pequeno, assustado lá lhe respondeu:
- Estou a ver! Sim, estou a ver, mas não me interessa ficar preso!
E, assim continuou por alguns momentos o pianso entre eles, até que a certa altura o Pardal Pequeno aceitou ir para junto dele.
- Vês? Sais e entras quando quiseres e te apetecer. Como estás a ver, não falta comida e bebida.
O Pardal Pequeno mais convencido; também pudera, já alguns dias que não comia; entrou e quase comeu toda a comida. – Não! Estou a brincar, ainda lá havia muita comida e bebida.
Assim termina esta História do Periquito Gigante e do Pardal Pequeno. Nunca mais o Periquito Gigante se irá sentir só.
- E, Eu posso dizer que ele não se sente mais só. Pois vejo-Os todos os dias Juntos.
Uma História de António A. A. Filipe
Baseada em factos Reais, foi escrita em 1 de Junho.
Antonio Filipe