No longo beijo deixo minha entrega…
sussurras-me ao ouvido carícias terrenas.
Quem assim ao outro sem meças emprega,
nos braços carrega, rituais e novenas.
E nossas mãos entrelaçadas, mescladas
de um único intento, passeiam-se silentes.
E umas às outras, solenemente dadas,
trocam mimos e segredos inerentes.
Quem aqui quiser saber de nós, co mesura,
verá que o amor e a verdade é quem nos guia.
Que aquilo que nos rege é a ternura,
do nascer ao pôr-do-sol, de noite e de dia.
Não carregamos fardo pesado: seu nome perfeição;
nem intentamos ser mais que doce louvor.
Porém não negamos nunca a voz do coração,
menos ainda a palavra, se tem algo a depor.
E assim seguimos nossa vida, entre seixos e fráguas;
que à natureza devemos nosso enlace.
Bóiam nossos corpos, ao sabor das águas,
sorrindo de um para o outro, face a face.
Jorge Humberto
15/07/08