Cataratas do Iguaçu
Eu vi as Cataratas, não, não eram cataratas
eram lágrimas jorrando dos olhos dessa terra.
Vi-me ali enorme vertendo todas aquelas lágrimas.
Não era o Iguaçu que chorava, eram meus olhos que
inundavam o meu coraçao de solidão.
Fui ver as Cataratas mas encontrei a solidão.
Tantas águas abundantes por todos os lados
Impetuosas, brotando de qualquer lugar.
Aleatórias, debochadas e soberbas.
Olhei com atenção e profundidade as Cataratas.
Resolvi ir mais perto prá ser respingado pelo suor do Iguaçu.
Fiquei encharcado, meu coraçao congelou de medo .
Medo da turbulência da solidão que esbanjava regozijo.
Saí logo dos respingos do Iguaçu e voltei apressado
para a minha introspecção. Estava só e meus olhos
não desprendiam da sua impetuosidade.
Senti a sua verdade inundando o meu coração.
Caminhei displicente mas sem perder você de vista.
O som do Iguaçu inundava meus ouvidos afinados.
Pude perceber uma certa harmonia tensa e grave.
Não captei a melodia que soava por lá.
Fui nas Cataratas ver o Iguaçu chorar.
Senti o seu suor e inundei o meu coração de solidão.
Voltarei lá agora com o saxofone a postos
para criar uma melodia para a harmonia triste, grave e tensa
do Iguaçu e lavar o meu coração com o seu som.
Gideon Marinho Gonçalves