(foto de Mel)
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Depois da chuva forte e do denso vento,
emerso será o tempo em que, aqui nesta orla de Mar,
nem sequer bulia o cantar da gaivota ou cotovia.
Pontiaguda, a desnorteada chuva, de dor e pranto,
rasgou trevas de bruma, sulcou abismos, despenhadeiros,
na força indómita de um punhal.
Soltou pedaços de tons turvos do firmamento.
Camadas sobrepostas de cinzento.
São cordas de água as árias soltas de harpas em uníssono.
(Do teu e do meu corpo.)
Cordas salgadas, onde mergulhas as pontas
acesas dos teus dedos
p’las labaredas do desejo.
Ao acaso, flutuam sensibilidades esbatidas a anil.
Recobrem Dunas. Espelhos, lençóis brocados de vagas.
Bravas, vogam livres.
Sentimentos sem âncoras...
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