Nascera aquele menino tísico,
De parto difícil;
De um corpo frágil,
Em meio a revolução, conservadora
Inclemente...
De toda miséria presente,
Parida que em aborto parecia.
Mamava aquele menino tísico,
Algumas gotas de leite,
Que o corpo materno,
Usurpava,
De alguma víscera portadora,
Ainda,
Da rica substância nutridora,
Que doava em transformação
Ao seio, chupado, murcho...
Na exaustão final de um corpo
Onde tudo se tira
Sem nada repor.
No peito do menino tísico
Arde a febre do fim,
Fim sem inicio.
Vem do lamento
De ter sido parido sem clemência,
Devida aos condenados inocentes,
Ter perdido, de repente,
O ventre quente, a comida farta...
Dentro do corpo que morria,
Apostando, quem sabe,
Num tempo mais justo pra nascer,
O intruso ser uterino,
Lascivo roedor de tripas secas.