Este fogo cá fora
Fui eu quem o começou
O interno já existia,
Nem sei bem a sua origem,
Desconheço o seu começo.
Este fogo cá fora
Fui eu que ateei,
Fui eu que o alimentei,
O interno prolifera.
Este fogo cá dentro
Faz-me morrer,
Faz-me renascer,
Consome-me...
Alimenta-me.
Sou o circulo sem fim,
A espiral eterna.
Sou o renascimento constante
De cinzas de um pássaro
Que deveria morrer apenas
Em muitos anos.
Este fogo partilhado
É todo meu e repetitivo.
Existe para se admirarem
Com o horror do meu esplendor,
Da minha luz,
Do meu surgimento,
O meu momento
Que chega e abala
Sem dizer nada.
Este fogo cá fora,
Cá dentro, à minha volta,
É, luz de destruição,
É luz de criação.
11/07/2008