Cantemos todos a canção da fraternidade,
sem olhar a raças ou culturas vigentes.
Cantemos da natureza a força da humanidade,
bem tratando todos os seres viventes.
Ainda há tempo para reformular o Mundo,
se baixarmos aos olhos dos que sofrem.
Cientes do que vemos nasceu para ser fecundo,
e que as desgraças com panos não se cobrem.
Ao Homem e ao Animal, devemos cuidados,
que a ambos vem o direito de aqui procriar.
Dum ao outro não merecem ímpeto de coitados,
muito menos aligeirarmos, o rápido rarear.
Aprendamos todos com a rara beleza de uma criança,
sem instintos maldosos nem pensamentos vis.
Será dela um dia, toda a nossa fugidia esperança,
a mesma que de água enchemos nossos cantis.
Vagabundos passeamo-nos, por ruas e sonhos,
e o que levamos em nosso bornal, no cimento feneceu.
Deixemos a porta aberta, onde nascem os medronhos,
que pela manhã partem, quem de nós escarneceu.
É que a mentira é de difícil convívio,
de quem julga, que pode passar pelo mundo impune.
Tenhamos para nós então, esse grato alívio,
de fazermos na vida o que na vida não nos pune.
Durmo à beira de mim, em dilectos jardins;
de mim me esqueço mas apresso o meu passo,
para vos mostrar, que todos os princípios têm seus fins,
que tudo em nós permanece, num simples abraço.
Jorge Humberto
14/07/08