Poemas -> Alegria : 

CANTEMOS À VIDA

 


Cantemos todos a canção da fraternidade,
sem olhar a raças ou culturas vigentes.

Cantemos da natureza a força da humanidade,
bem tratando todos os seres viventes.

Ainda há tempo para reformular o Mundo,
se baixarmos aos olhos dos que sofrem.

Cientes do que vemos nasceu para ser fecundo,
e que as desgraças com panos não se cobrem.

Ao Homem e ao Animal, devemos cuidados,
que a ambos vem o direito de aqui procriar.

Dum ao outro não merecem ímpeto de coitados,
muito menos aligeirarmos, o rápido rarear.

Aprendamos todos com a rara beleza de uma criança,
sem instintos maldosos nem pensamentos vis.

Será dela um dia, toda a nossa fugidia esperança,
a mesma que de água enchemos nossos cantis.

Vagabundos passeamo-nos, por ruas e sonhos,
e o que levamos em nosso bornal, no cimento feneceu.

Deixemos a porta aberta, onde nascem os medronhos,
que pela manhã partem, quem de nós escarneceu.

É que a mentira é de difícil convívio,
de quem julga, que pode passar pelo mundo impune.

Tenhamos para nós então, esse grato alívio,
de fazermos na vida o que na vida não nos pune.

Durmo à beira de mim, em dilectos jardins;
de mim me esqueço mas apresso o meu passo,

para vos mostrar, que todos os princípios têm seus fins,
que tudo em nós permanece, num simples abraço.

Jorge Humberto
14/07/08





 
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jorgehumberto
 
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