A frescura da manhã desperta-te do sonho, acordada por uma brisa suave sobre a tua pele, por instantes pareceu-te que alguém te tocou, mas, olhas em redor e não está ninguém. Lá fora o Sol espreita entre a folhagem das árvores, pássaros cantam mesmo junto ao beiral da janela mais próxima.
Não te recordas do que sonhaste, mas sentes uma estranha presença, como se alguém estivesse a teu lado, mas não o pudesses ver. No ar circula ainda o perfume de incenso que deixaste arder na noite anterior, um resquício da magia que as essências operam na tua alma. Não sabes como adormeceste, não te lembras sequer de teres vestido a camisola de dormir.
De repente uma música suave não te sai da cabeça, como se realmente tocasse, se espalhasse por todo o quarto, transpondo até as paredes e misturando-se com o cantar dos pássaros. Um outro arrepio na pele, trás de volta a sensação de alguém que te toca o corpo. Sentas-te no cadeirão em frente da porta da varanda, os raios de Sol vêm pousar sobre a seda da tua pele, deixas-te ficar a olhar o infinito.
Saio com um afago no teu cabelo, como se fosse novamente a brisa que o elevasse suavemente, a claridade do dia dilui-me, absorvendo a energia deste corpo etéreo, que segue nas asas do vento.