Poemas -> Tristeza : 

A segunda morte

 
Perlustrando este vasto horizonte de desgraças,
Eflúveos de mil lembranças empilhadas no amargo mausoléu,
Quando enlanguescido retorno para casa;
Mas quanta falta sinto de Carla!

Plenilúnio encantado de mil sombras e presságios vagos,
Exânime apenas fito o vazio de alma cinzenta que agarrada a um tênue fio de vida
Perde-se em devaneios blasfemos quando choro
E prostrado odeio-me.

Sem o toque de teus lábios doces como vinho,
O olhar confortador do afeto mútuo e a tez pálida na penumbra do quarto,
De mãos cálidas carinhosamente em meu rosto cansado,
E carícias devassas de freira possuída,
Não resistirei.

Do caráter irrepreensível e da cultura vasta,
Da paixão de amante insaciável e sincera,,
Principalmente pela salvação daquele que envolvido pela tragédia,
Marcava encontro com o anjo normalmente indesejado,
em paixão instantânea de destino traçado.

No silêncio desta solidão perversa,
Já debilitado ,redobrada intensidade de patológicos infortúnios abatem-se sobre mim,
Meu estertor parece vir como dádiva irônica,
Pois de tristeza em tristeza vou despedaçando este magro invólucro,
E em breve estarei junto a ela no Reino dos mortos.

 
Autor
RaimundoSturaro
 
Texto
Data
Leituras
825
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 14/07/2008 14:16  Atualizado: 14/07/2008 14:16
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1977
 Re: A segunda morte
Depois que se vai e não volta,
Carregada pela horrenda morte,
É que avaliamos a sua importância,
Que foi destruída pela negra sorte.

Gostei da sua crônica triste e real como é a vida.

Saudações: