Não dei um nome à minha miséria.
E tinha ela identidade,
como se de gente se tratasse.
Chamava-se ilusão.
Nunca quis mudar o mundo,
apenas um pequeno cerne de ideias.
Se outros as pensaram,
poderia eu reinventá-las,
dar-lhes a graça dos novos ventos.
Mas do norte,
fortes tempestades.
E já no alto mar a navegação afundou.
Escassos sobreviventes,
vizinhos da mesma miséria.
Filipa Elias