Vou deste para um outro lugar.
Quem sabe o que lá existirá.
Nunca soube como nem onde parar,
e na pressa de chegar, já lá não está.
Não sei porque esta solidão.
Nem a pressa de chegar e logo partir.
A quem quer dar-me a mão,
só para que eu tenha novo porvir.
Porque só estou bem onde não estou.
E tudo é tão parecido e tão igual.
Que quando chego, já lá não estou.
E dos outros o sentir-me desigual.
Estranho a mim mesmo, terei de suportar,
este estar bem, só com quem não estou.
Não sei até onde tudo isto me irá levar,
que força estranha, de mim se escapou?
Entanto só quero amar sem restrições.
Não me sentindo um estranho aqui.
Que forças uniram nossos corações,
tem algo de mágico, trazido até mim.
E sem mais afrontas entrego-me a ti.
Tu que me trouxeste de novo à vida!
Doravante de mim não mais me perdi.
Por ela – e por nós – será bem vivida.
Mas esta compulsiva maneira se ser.
Este estranho fenómeno que me aparta.
Não raras as vezes faz-me desaparecer.
Sem ter dia, mês ou sequer data.
Só que agora tenho o teu grato amor.
Que não subestimaste nem dúvida sobreveio.
E finalmente, no mais alto do esplendor,
subi feliz, ciente de mim, assim de permeio.
Jorge Humberto
12/07/08