Sentado naquele lugar,
vía o mundo a olhar para o lado,
um rosto perdido no nada e apaixonado.
Uma gota caía de seu rosto amargurado,
que o tempo já teve o momento de amado.
Uma brisa, sopro de aventura imaginado,
daquele ser que pela multidão esmagado.
Sentado, pensando e sonhando abancado.
Um suspiro, de um desejo pobre enlutado,
que a dor adormece, quem padece enganado.
Um pôr do sol destemido num olhar turbado,
andam as nuvens cinzentas num céu manchado.
Vém coração, seu corpo encontra-se acordado,
vém que este ser, sem prazer, está cansado.
Antonio Filipe