Esta Agonia
Esta agonia ...
Em que acordo, em que me deito,
esta dor permanente sobre o peito,
este sentir assim, impiedoso, ímpio,
Que faz de mim um Ser fraco,
dotado de um sentir Olímpico...
Que me transforma em
pêndulo doloroso, cadente,
num constante vai e vem,
melodioso ...
E em rio caudal de lágrimas...
Esta agonia, este desfalecimento,
provoca um louca fúria, arrebatamento,
de morrer e de viver, de ficar e de partir,
a um só tempo!
Morrer!
Quando olho
para a sombra projectada
A meu lado, e ela és tu ...
E ao mesmo tempo, apenas
a minha sombra e nada mais....
E de novo a agonia,
este tremor se apodera
do meu corpo!
Turva o olhar, cerram cortinas...
Perco a pose e grossas lágrimas
Invadem todo o espaço em meu redor!
Aí, oiço aqui nesta cidade,
Onde o Sol impiedoso, inclemente
Teima em brilhar, a buza e o chamamento
... do Mar! Sim ... está-me de novo
a suplicar ...
Viver,
Uma vida tantas vezes adiada,
consumida, gasta ...expandida,
Nos espaços escuros, recônditos
e nos passos sem sentido, perdidos
desta longa Avenida!
Viver ...
Quando, através da brisa suave
deste fim de tarde, sinto a tua Alma
Que me enlaça, me abraça,
me cinge, longamente, me afaga
e me suplica que aguarde
Que a Luz em ti se faça ...
Esta agonia...
este teu estar magoado e mudo!
E este sentir que sou um nada e,
ao mesmo tempo ... te sou ... tudo!
(Estranha é em mim esta presença ...
Estranha é em nós esta crença ...
E este Amor ... que triste,
resiste, apesar de mudo!)
Esta agonia,
deixa em mim um vazio,
um tormento, uma mágoa,
um sofrimento ...
E uma vontade...
Incomensurável,
inadiável,
de amar, beijar,
tocar e ser tocada!
De não deixar que
a morte seja de nós
a vencedora!
Gritar:
Basta, Sombra...
chegou a hora!
Vai-te, vai-te embora...
(E te amar, sem regra,
p'la Vida fora ...).
Esta agonia,
faz de mim um Fel e
um Mel a um só tempo...
E, por dentro – sinto -,
e não te minto: Estou a morrer!
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