Sorria o olhar perdido na imensidão,
que seu tempo já era, entregue na ilusão,
que águas mais correrão pelo seu coração.
Naquela esquina, naquele lugar, naquele chão,
gritavam as pedras da calçada pelo seu perdão.
As ervas daninhas trepando enrolavam sua mão,
seu corpo o rosto de alguém que chora em vão.
Abrigo e abrigado, descalço,apavorado no não.
Planava a mente no mar entre ilhas da separação,
que hora passara sem se dar conta da imaginação.
E a noite a bela adormecida não acorda a emoção,
no gosto do desgosto luto sem amor e sem paixão.
Pobre adormece ao luar, nas cobertas de papelão,
que a sopa de lágrimas, são gotas de libertação.
Antonio Filipe