Porquê esta agonia
Que me aglutina a Alma, assim?
Este esgar em lágrimas… Presas...
Este desejo de me deixar levar,
Por ti, ó Mar?
Este balançar, em corda,
Em nota…
Solta!
Não desejar
Que o dia nasça,
Que o sol penetre,
P’la vidraça?
Noite …fica!
Lua abraça-me!
Que sou a Inventada,
A Renegada…
Sou de ti, Noite, apenas…
Imagem desfocada.
Esta agonia,
Este vai e vem …
Que me conta no Eco,
Uma história …
Para que me não esqueça
De quem fui eu própria..
Ou a que inventei?
Tropeço! Nas marcas
Das palavras registadas
Nas lajes escorregadias,
Lodo verde desta praia…
Agonia!
Este bater incerto do vento
Na amurada.
Este bramir d’asas,
Devassadas p’la luz do dia.
Esta agonia,
Este novelo preso na garganta.
Estes braços cansados,
Erguidos,
Estirados, doridos …
Toldam-se-me os sentidos!
Os gestos quedam-se,
Gastos …
Nas esperas…
Perdida!
Alma que sangra,
Chora,implora,
Rendida à Solidão
Do toque da tua mão…
»»»
Salto a fronteira,
Tiro a mordaça,
Liberto a lágrima …
Permito,
Que de mim se faça o absurdo –
O teu Mundo surdo.
Retomo o pêndulo - embalo!
Travo a palavra, tranco o poema,
Cerro o olhar, acortino a Alma,
Vejo a tua pele,
Vejo uma milenar estrada,
Estiraçada, no tempo.
Risco baço dos limites…
Galguei-te … para sempre!...
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