Desde menino sonhava ser Deus
Pintava o céu e suas plumagens
Intrigavam-me as nuvens-castelas
Com seus traços levemente empoeirados.
Pelas ruas prédios, estacas de paus
Sem vida, retos eriçando meu tormento
Ocultando às rosas tão belas
Delineadas de encanto.
Na verdade não pude ser Deus
Na verdade fui mais longe
Recriei o concreto
E roubei as formas da natureza.
Nas terras de Piratininga
Fiz brotar as raízes do Copam
Sob às pedreiras de Niterói
Uma rosa ali brotou.
Não habito o Corcovado
Pois este a outro Deus pertence
Mais os Campos Gerais eu enxergo
Com meu olho flutuante.
Hoje sou eu e Deus
Deus com seus planetas circulares
Eu, com meus concretos deslizantes
Suspensos entre órbitas celestes.
Dimythryus
14/12/2007
13h32m.