"Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...Que importa o mundo seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!..."
Florbela Espanca
***
Que me importa se me teimam em chamar de louca,
que me importa se quem eu amo me rejeita,
nesta insana loucura de negar,
beijando a minha boca...
Que me importa se a maré vaza me trás o teu corpo
em taça de cristal, nesta vaga, nesta espuma...
Se os teus flancos são as escarpas onde
o meu corpo teima em deslizar...
neste jeito ameno de te amar ...
Que me importa se, de louca insana,
não me posso sequer deixar, de eu própria,
me apelidar... Se teimo em conjugar
nas trevas deste amor maior apenas e
tão só, como notas de partitura,
uma clave de Sol sem Sol,
e Só em Dó conjugo
o verbo amar?
Se em cada onda que tomba
nesta areia preta sinto a sombra
da tua Alma que se me enrosca,
que de mim zomba...
Matreira Alma, procura em mim refugio,
bonança, doçura e calma....
E tudo encontra, porque é tua a minha
Alma...
Alma de Mel, de Maresia ...
Noite da minha Alma,
Luz do meu dia ...
E uma vez e sempre,
me ofereço e dou à sede de ser
de ti apenas mulher ...
O Mundo, Amor? ... Como eu o vejo?
Apenas... duas mãos unidas .... serenas
e as nossas bocas juntas,
na eterna doçura de um beijo!
...E nada mais.
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