A DANÇA DAS ESPADAS

É uma linda lenda. Os dois brigam por Iansã. E nos terreiros de candomblé esta luta existe. Em forma de dança.

Abraço, irmão Tony

Caro Irmão Godi,

Seus comentários sempre me alegram, porque são sóbrios e feitos com conhecimento. De minha parte, devo admitir que pela beleza que a dança das espadas nos oferece, bem como todo o ritual do Candomblé, este poema merecia ser mais trabalhado. Fui afoito ao publicá-lo de um fôlego só. Deveria ter consultado livros de mestres como Manuel Quirino, Edison Carneiro, Roger Bastide e outros. Assisti à Dança das Espadas uma única vez. E o que escrevi foi meio de orelhada. Defino esta peça como um poema-reportagem. Para livro, claro, farei uma coisa mais elaborada. Sempre tive fascínio pela cultura africana. E uma simpatia toda especial pelo Candomblé - a única religião ecológica, uma vez que os orixás representam as forças da natureza. Orixás também não brigam, você bem sabe. E a Dança das Espadas é apenas uma coreografia baseada numa lenda. Como bom filho de Xangô e tendo por companheira uma Iansã, danada de brava, sou perfeccionista. Sou o meu maior crítico. Devo elaborar melhor este poema, para efeito de livro. Entretanto, como recebi o seu aval, fico um pouco mais aliviado. Grato por tudo meu irmão.

Axé, Godi!

Kaô, meu velho Xangô! Que ele o ilumine sempre nos caminhos da justiça e da sabedoria.

Dê um beijo por mim nesta Bahia linda, de todos os santos, santas e orixás.

Júlio