Se um dia te disserem que te querem
Confia na verdade do carácter
Mas se acaso te cegarem
Defende-te com quantas garras tiveres
Ergue o teu rosto para o céu
Pois se tens olhos é para veres!
Mulher!
Se um dia te censurarem
Abre a tua boca sem medo da revolta
Preza também se te honrarem
Mas se te humilharem
Se colocarem um preço no amor
Não acumules dívidas
Voa para longe desse enredo ameaçador!
Se um dia amares sem seres amada
Não sofras, não chores, não te apartes
Procura outro trilho, outra estrada!
Mulher!
É tempo dos tempos te devolverem o apreço
É tempo do abraço que há muito morreu
É tempo dos teus filhos respirarem felizes
É tempo de tu desfazeres o véu!
Não cales a tua voz
É tempo de dizeres não à atrocidade cometida
Em nome de tradições cruéis e castradoras
Padroeiras da identidade perdida
Não abafes os soluços na palma da tua mão
Rasga a burka que te cobre
Levanta o braço e diz não!
Grita bem alto a tua essência
Solta-te das navalhas da excisão!