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Do caixão

 
Presságios funestos concretizando-se a meia luz
são verdades que o consciente tenta negar com vontade débil,
mortes em solenes rituais, suicidas amaldiçoados em cartas nas mãos de cegos,
queimando na fogueira de ilusões depedaçadas.

De heranças ancestrais degeneradas na voz de sangue inarticulada,
ao limite não atingido interrompido bruscamente,
Lady Ligéia de sonhos distantes ressucitada não rende-se a mórbidos encantos,
do caixão apenas eu declaro amores e desgraças,
apreciando seu contorno que desaparece vagamente.

A luz de velas negras ocultando a beleza deste candelabro,
e do esqueleto que o segura guiando-me,
nas chamas trêmulas em face bruxuleante,
de olhares cabisbaixos e pensamentos medonhos.

 
Autor
RaimundoSturaro
 
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Enviado por Tópico
deep felling
Publicado: 10/07/2008 10:35  Atualizado: 10/07/2008 10:35
Super Participativo
Usuário desde: 04/02/2008
Localidade: odivelas
Mensagens: 143
 Re: Do caixão
adorei! parece-se com bocage


Enviado por Tópico
Carla Ribeiro
Publicado: 10/07/2008 11:35  Atualizado: 10/07/2008 11:35
Super Participativo
Usuário desde: 04/06/2007
Localidade: Resende/Vila Real
Mensagens: 128
 Re: Do caixão
Forte e soturno, soberbo na sua negrura... Simplesmente sublime. Adorei.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/07/2008 15:17  Atualizado: 10/07/2008 15:17
 Re: Do caixão
Texto horrendamente sombriático, Raimundo!
Adorei, digo, detestei:

"nas chamas trêmulas em face bruxuleante,"

Se tu não fazes parte de Irmandade das Sombras devias fazer.Lá os amantes do sombrio e do terror trocam diariamente figurinhas, digo, ossos de esqueletos.É só chegar sentar numa lápide e receber as boas, digo, maus-vindas.É sim!
Bjins gélidos.