Sou a gota d’agua que brota do orvalho,
Um grão de milho semeado em terra,
Um mendingo no frio sem agasalho,
A serração pardacenta nevoando a serra.
Sou a alicina, acido que provém da alho,
O martelo batedouro que a sessao encerra,
O ensurdecedor barulho vindo do chocalho
O herói orgulhoso que voltou da guerra.
As vezes sou tão lindo , as vezes sem beleza
As vezes forte e fraco, as vezes com destreza,
Herói , derrotado , não sei mais nem o quê...
Posso ser formiga pairando em rota perdida,
Posso até ser o beijo da triste despedida,
Mas jamais poderei ser feliz sem ter voce.