Cai a tarde tristonha e serena,
Em macio e suave langor
Despertando no meu coração
A saudade do primeiro amor!
Um gemido se esvai lá no espaço,
Nesta hora de lenta agonia
Quando os sinos saudosos murmuram
Badaladas da Ave-Maria
Sinos que tangem com mágoas doridas
Recordam os sonhos da aurora da vida
Dêem-me ao coração paz e harmonia,
Nesta prece, Ave-Maria!
No alto do campanário,
Uma cruz simboliza o passado
De um amor que já morreu,
Deixando um coração amargurado
Lá no Infinito azulado,
Uma estrela brilhante irradia
A mensagem do meu passado
Quando os sinos tangem Ave-Maria!
(*)- Comp. - Erothides de Campos - 1924.
Gravação Original - Augusto Calheiros - 1939
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