Quem me dera que tivesse um castelo
Só para que te pudesse aplacar na tua cruz
Poder abraçar-te com a minha alma
Envolver-te harmoniosamente em raios de luz!
Quem me dera que fosse invencível
Para te poder dar coragem nos momentos desatinados
Em luta contra o esmorecimento imperecível!
Mas choro!
Na fragilidade vulcânica exalto a minha existência
Na placidez do sono outorgo letícia
Música etérea invade-me os ouvidos
Num mundo de aparências corruptíveis
Os meus olhos só contemplam harmonias
Apesar do labirinto negro trasladado iniquidade
O meu corpo permanece intacto
Ainda que me assalte o negrume da alheia pravidade!
E o plangor sobrevive!
Queria ter o poder de te dar a felicidade
Fazer-te sorrir a todo o instante
Gargalhar contigo ao entardecer
Com os pés descalços na areia ainda cálida
De um dia abrasador de verão
Molhar os pés nas águas escuras e amenas da noite
Numa praia recatada em plena veneração!
Mas a lágrima perdura!
Folgar em correrias loucas e cair exausta
Em brincadeiras estouvadas
Olhar-te através da luz bailante das velas
Que iluminam o teu olhar compassivo
Captar o teu interior humano
E sentir-te jovial arremessando seixos
Que saltitam ao compasso das emoções nas águas do oceano!
Choro!
Mesmo assim quero que descanses no meu ombro!