Kraken ocupa-se de marinheiros bêbados em Tombadilhos,
E náufragos que buscaram no íntimo motivos para Viver,em conflito,
Pereceram nas mãos do sanguinolento mito,
Esquecidos,desamparados,comprando amores em terra,
Tombando infelizes em grandes barcos à deriva.
Filtrando a luz interior abismais entidades cegas Clareiam espaços perdidos,
Onde trevas eternas não atemorizam aqueles que já Nasceram malditos,
Tentáculos e vísceras,sem olhos montros Unicelulares,
Ao redor deles passeiam despreocupados e Desapercebidos
Mas muito acima, sim, despedaçando-se em Redemoinhos,
Outros cegos procuram certa luz perdida,alguns Estúpidos,outros muito cultos,
Sem alcançar a cura de hereditários castigos em Seus espíritos,
Adoecidos,irados e fracos prosseguem desiludidos,
Até que a penumbra de crepúsculos repetidos,
Faça soar a voz da razão em dúvidas relegadas a Segundo plano
E a Morte aproxime-se sedutora.
Também eu navego em mares pouco conhecidos,
Afinal de contas navegar é preciso,viver não,
Optando no entanto por infeliz destino,
Desposei a tristeza e há muito medito,
Ternamente com nossos filhos infelizes emudecidos,
Catalépticos e soturnos,sendo estranhamente belos
Em labirintos complexos de trantornos psiquícos,
Blasfemo,
Encontrando alguma satisfação em cuspir na face De Cristo
Ao balouçar das ondas de pranto em vasto oceano.