Tombaram reclusos no bico do Monte Everest
os dias pálidos, inúteis, desqualificados.
E os altaneiros silêncios das noites ácidas repetidas.
Repentinas, as trevas subitamente
reacendidas
falam-nos de um Céu recente,
a pespontar de um rio líquido, adolescente,
cavalgando no Vento das próprias crinas,
p’los corredores livres da Alma.
Lavada, recrudescida,
tal flor que brota prometida, da Terra a cada Primavera.
Flor fermentada,
carne, linfa urgente, que nos agita e grita,
sulcando no umbigo do ventre,
apontando o caminho, na semente reflorescida.
Que nos murmura
que nada é perpétuo, nada perdura senão renasce...
senão rejuvenesce.
Do inóspito pico do Monte Everest,
vieram pássaros exauridos, Albatrozes, Gaivotas, Andorinhas ...
Trouxeram suspensas nas frinchas dos seus bicos,
gélidas sementes ...
Depositaram-nas, ternurentos, uma a uma,
no sopé límpido
da nascente das nossas fontes.... Em espera.
Refloresceram agora em forma de palavras,
de roupagens sóbrias, quase mudas,
singelas Magnólias, flores atulipadas,
de estrelas pontiagudas.
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