Antes que amanheça...
Te digo … Estou exauta, sem força …
Já não choro, não suspiro,
não profano, não deliro…
Meu Amor, apenas …
neste esvoaçar de uma gaivota ferida,
inscrevo-me esta terminal nota …
e te redigo …
Que o tempo …
O "meu" tempo, caminha …
Veloz, caminha …
a "Vida é uma Andorinha" ... em nós
E nós?...
O "meu" tempo …
Salta e se esconde no alto daquele monte,
(tocava lá um saxo rouco …
talvez vento, ou um lamento?)
O "meu" tempo … é …
em cada dia, a cada hora,
madrugada anunciada,
na fonte,
em uníssono calada e na água
lisa que borbulha breve
e de dor … chora …
Esta tão longa … alongada demora …
Meu Amor, antes que amanheça … te digo …
O tempo, esse implacável Senhor …
para mim … é cada segundo …
Menor!
O tempo veloz,
algoz que é… chora agora!
Faço silêncio … que
“Amo o silêncio e as vozes que o insinuam,
Meigas ciciam, musicais veladas
Fracas, sernas, pálidas, cansadas
Doces palavras que no ar flutuam.”
– Carlos Cabral (1897)
Mas …
Antes que amanheça …
deixa que antes te diga …
Nesta estória
não houve apenas uma cigarra ou uma formiga …
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