Nesta noite orvalhada caminho descalça
pelas pedras aguçadas da Vida!
Parto sem sentido ...
Para um lugar desconhecido.
Não sei o que procuro ou se procuro,
não sei mais quem sou ou quem me conduz...
Conduzo-me pela ponta dos meus dedos
na sabedoria aprendida de outras vidas,
com milhões de anos de Luz!...
Perdido o contacto, navego às cegas
neste mar revolto a que me impus
E peço aos Céus, Clemência ...
Paz. A nossa Paz!
A Paz que não chega, que tarda.
Que me angustia, que me fragiliza ...
Que nenhum bem terreno apazigua ...
Sedenta que estou de nesta Vida,
Ser apenas ... tua! Só tua ...
Tua Mulher ... Estrela-guia...
A Luz de uns olhos ... alegria...
Na noite escura o abrigo ...
todo o teu roteiro, o teu sentido...
A Paz perdida, faz de mim coalho, enlace
de um tempo que tarda ... em renascer
nestes corredores brumas ...
Perdida ...
Procuro a Luz ... e,
sem aviso ... encontro-Te,
num secreto encontro ... Comigo!
***
Nasce o dia ... aqui nesta Baia.
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