Minha alma são fragmentos
Caleidoscópios de cunho ancestrais
O luso sangue que me cobre
Os sentimentos que me elevam além mar.
Outrora origens maternas
Que rumam silenciosamente
Sertão a dentro
A desaguar nas brancas praias das Alagoas.
Sou os edifícios acinzentados
O asfalto sem vida
Os encharcos das chuvas
A nuvem que cobre o rosto de São Paulo.
Sou aquele que nasce da terra úmida
Nos galhos e ervas destes matos
As folhas secas dispersas
As vozes roucas das tribos Xucurus.
Eu sou fragmentos mouros
Hispânicos afrescos, poesia
Um esquecido colono holandês
O Cristo, o Buda e Iansã.
Minha alma são vitrais
Olhos escurecidos meio ao tempo
Arabescos cintilantes
Palavras e versos renitentes.
DIMYTHRYUS
20/03/2008
10h51m.