A Razão resistindo, a sair
da ponta da caneta, do tinteiro,
guardada pelos anos, em silêncio,
clausurando erudições,
inibindo erupções...
A Razão, sempre A Razão,
aquela que nos disse não,
sempre em silêncio, calada,
mordendo-nos a alma por nada,
em tudo o que o fogo urgia...
Oh! mas se a vida se fazia
com vozes e fogo se ardia
deixando sozinha falando
lá dentro a Razão ignorando...
...com gosto Ela se calava
- e satisfeita se calou,
por todos anos em que amou
enquanto quieta ficava!...
José Jorge Frade