Há quem se contente com sua vida precária,
trabalhando no dia-a-dia, por uns míseros tostões.
É consistente, que levem uma vida refractária,
rebelando-se à noite, no líquido vinho dos garrafões.
É que o trabalhador desaprendeu de dizer Não,
contra as más condições e dos salários suicidas.
Trabalham que trabalham, sobre o sol da frustração,
sempre sujeitos a invejas, recorrentes e fratricidas.
Mas isso já pouco lhes diz, pois que andam embriagados,
na pobreza mais cruel, no suportar do dia mais fútil.
É então, que, num corre, corre, são dizimados,
sem sequer poderem mostrar, o que têm de mais útil.
Álcool e trabalho andam de mãos dadas,
não raros são os acidentes, de trabalhadores paralisados.
Acabam-se a expectativas, de novas cruzadas,
e acabam os dias, de notários em notários.
Os assassinos patrões, não zelam pela segurança,
de quem dirigem sem qualquer preocupação.
E é ver, nas obras públicas, não rara matança,
por estes não exigirem a segurança, bem à mão.
Vivemos num país de faz-de-conta, de corrupção;
ficou-nos, de Abril, o falar sem medo, de ser preso.
De que nos vale isso, se não existe ponderação,
e aquele que trabalha, sabe não estar ileso,
do despedimento em massa e sem justificativa;
ó meu país, para onde caminhas, que não te reconheço?
De pouco incorre, se do governo, não vem iniciativa,
e o povo, ainda assim, calando, anda avesso.
Jorge Humberto
05/07/08