FADO DO POVO
O povo canta a musica dele
Com a emoção junto à saudade
Ele sente-a, e não é aquele
Que ama a poesia sem liberdade
O fado é a sua nobre canção
Que se ouve alto e baixinho
Traz da garganta e do coração
Letras dedilhadas devagarinho
Elas dão melodias simples e bela
Que entra na alma emocionada
Alguma tristeza também vai nela
Com sua solidão condicionada
A fadista puxa, puxa pela voz
Deixando cair em seu regaço
Poemas livres de dor atroz
Cabendo inteirinhos nesse pedaço
E na sua garra que atordoa
Chora a saudade que gira nela
De si sai um poema que magoa
Num fado que se escuta na viela
Ele é a alma poética e a raça dum povo
Gravado em preciosos pergaminhos
Deles se inspiram p’ro poema novo
Oferecendo ao fado futuros destinos
De: Fernando Ramos