Ângela Sanchez (Manilkara) me convidou para soltar balões pelos ares com textos e poesias minhas, no dia do Escritor. Apesar de a idéia ser excelente, resolvi modificá-la, para tanto, homenagear a todos os escritores neófitos, como é o meu caso, fazendo alguns reduzidos resumos e pareceres a respeito dos meus 19 livros, volumosos e inéditos, os mandando para os ares da Internet, a saber:
Há anos, me aposentei como escrivão de polícia do meu Estado (MG). Tempos depois, iniciou-se em mim um tremor de mãos (talvez “LER”!) o qual, curei-me, totalmente, criando livros volumosos de Poesias, Ficção estelar, Suspense policial e Textos diversificados. Todos inéditos por não querer vender idéias nem poder pagar parcerias às Editoras que deles gostaram. Acreditando que “O sucesso não ocorre por acaso” nem pela letargia! Entrei na Internet (sem professor) e tenho mandado a minha “obra”, gratuitamente, para o “Mundo” (por meio de e-mails solicitantes). Sou um prolixo convicto! Por considerar que é a melhor forma de fugir do stress e da mesmice em razão do atropelo das palavras empanarem os nossos problemas cotidianos, cruciais ou... Não!Também sou um “detalhista de plantão” como uma forma evidente de destrinchar os mal entendidos em quaisquer eventos que nos invada a percepção.
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A minha convivência e experiência com magistrados, promotores, advogados, oficiais militares, delegados, colegas e, até com os... Bandidos! Foi por mim sendo aquilatada, recebida e arquivada na memória, ate conseguir uma seleção que foi sendo assimilada, passo a passo, a caminho de uma maturidade estribada no correto proceder e sem manchas que me pudesse enlamear.
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A minha deficiência consciente, fez-me fugir da parvoíce, no entanto, também não me permitiu chegar até a sapiência, dessa forma, pesquisei no meu passado à procura do que me faltara de arrimo ou o que me forcejou em direção do abismo existencial. Debalde! Não consegui localizar uma base em que eu pudesse me apoiar para dar um salto em direção da sabedoria na fuga da mesmice e da tolice, entretanto, também não fui mesclado ou inserido no lugar comum, ficando no “meio termo” entre os opostos beligerantes do tolo com o sapiente.
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Sou um tímido convicto! Nunca lutei contra esse adjetivo por considerá-lo, tal e qual, um troféu neste “vale de lágrimas”, ou, um predicado defensivo contra o exibicionismo que grassa a maioria da humanidade nos tempos modernos. A timidez é a minha couraça protegendo-me dos espinhos do egoísmo e da injusta discriminação, sou tímido, todavia, não sendo pusilânime, e... Muito feliz! Junto aos meus familiares e amigos mais sinceros, nunca serei macambúzio além de alguns momentos fugazes, quaisquer que sejam às imposições negativas que me jogarem em cima que, por isso mesmo, nunca alcançarão o meu animo.
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Recentemente, fiquei sabendo que as editoras só publicariam os meus livros se eu fizesse uma “parceria” com elas pagando, pelo menos, uns seis mil reais por cada um publicado. Sabedor de que, no nosso país, poucos são dados a leitura, principalmente de principiantes e, não tendo dinheiro disponível, desisti, por enquanto, de publicá-los. Também, descobri que, esse, deve ser um dos casos dos desajustes sociais, crimes e outros desatinos, ou seja: pouca sapiência escolar e de maturidade, pouca difusão de atos meritórios, quase nenhum bom exemplo a ser seguido, prejudicado pelos excessos de desenhos, novelas, jogos na televisão e no computador, noitadas em farras intermináveis, azáfama à fugir do trabalho etc. enquanto o “Mal”, de espreita, fica rodeando os incautos dessa forma consideradas presas frágeis.
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De tanto me acontecer eventos inexplicáveis, pelo menos para o meu entendimento empírico, resolvi coletá-los, sem ordem cronológica ou de precedência, com a finalidade apenas de não esquecê-los, como quase sempre acontece com as pessoas que vão acumulando os anos na “cumeeira” do cérebro, como é o meu caso. Após fazer os levantamentos preliminares, os rascunhando em folhas de papéis, entendi que os fatos estranhos e, até esdrúxulos, comigo transcorridos, podem servir de alicerce, estribo ou base para alguém, na difícil tarefa de viver, sobrevivendo, nessa miscelânea de encontros, desencontros, virtudes, devassidões, paralelismo desgarrante do “Bem”, praticamente, nivelando-o com o “Mal”, justamente pela falta de formação moral ilibada que, quase sempre acontece nas “estradas da vida”, sem um timoneiro ou conselheiro honesto e eficaz para a esquiva das margens corrompidas.
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Um personagem meu, de garimpeiro, passou a investigador de crimes, ocorridos perto dele e até em outro município. Com o mesmo estilo empregado no garimpo foi, passo a passo, avançando no desconhecido mundo dos policiais e dos bandidos até chegar a “apuração final”, destarte, não colhendo diamantes e, sim, os párias da sociedade que pretendiam ficarem impunes e usufruindo dos bens que lhes chegariam às mãos sujas de sangue ou... De veneno!
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Uma folha de papel, vazia de letras ou desenhos, é uma mera passarela de vermes, insetos e impurezas, desde que fique estática em qualquer base que a sustente, muito embora, Ela seja, constantemente, movimentada pelas aragens circunvizinhas, entretanto... Ela se transforma totalmente ao receber em seu bojo de superfície os vocábulos sujeitos às mais diferenciadas interpretações do leitor, em quaisquer que sejam às línguas ali transmitidas, ao sabor de quem saiba entendê-las, podendo, assim, serem benéficas, maléficas, comerciais (ou não), de instruções, parvos, eruditos ou vulgares, finalmente, ela só é o reflexo do que possa conter, entretanto, mesmo Ela sendo tão diversificada na sua amostragem, pior seria ignorá-la totalmente sem divisar o seu conteúdo, por pior que seja ele.
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Eu sempre acreditei que, em razão de uma "lei maior", nenhuma ação maléfica ficaria nas trevas do desconhecimento por um longo tempo, a não ser que a "luz" e o interesse nunca se aproximassem dela. Porém, mesmo assim, sempre alguém poderia refletir a luminosidade em direção da sinuosidade escura e entranhada no meio social ordeiro, fazendo o mal se contrair ante a luz refletida do bem.
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Para um escritor criar a sua obra, não fictícia, ele deverá pesquisar viajar, ler e saber o máximo possível para iniciar o seu trabalho. O escritor de ficção nada tem para pesquisar a não ser se munir da criatividade, retirando da sua mente os dados desejados, ou seja: “Ler” o que não está escrito “ver” o que não foi estampado ou fotografado, “ouvir” o que não lhe foi dito e, “criar” sem ter ajuda externa ou às “vicinais” que o levariam a uma délivrance da sua obra.
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Como num passe de mágica, passei a observar (ou seria... ser observado?) que tudo o que nos cerca tem uma espécie de perispírito fugaz em desdobramentos constante... Corrigindo / atrapalhando / iluminando / escurecendo / liberando / prendendo, endurecendo / liquefazendo, em suma: Atuando em nós de forma variável e, apenas aceitável, se assim o entendermos e quisermos, a Ele, só o nosso livre-arbítrio tem comandamento, portanto, a sua atuação é influente à medida que o aceitamos na consciência, arbitrando-o como a forma mais correta de procedimento no momento que acharmos oportuno.
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Não haverá futuro sem o presente, estribado nos erros ou acertos (nossos ou dos outros) do passado!A maturidade, só terá valor real se ela for como um dicionário de onde o possuidor dela possa extrair os sinônimos ou os antônimos do que tenha praticado nas estradas (vicinais, ou não) da sua vida. A vida humana só será vitoriosa, se o ente que a possuir tiver tomado por base dos seus procederes cotidianos, os erros e os acertos pelos quais, em cabotagem ao redor das suas metas, tiver participado, integralmente, no seu dia-a-dia vivificante.
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Atualmente, a ficção vem sendo vista como quase real, em razão das circunstâncias lhe serem favorável pelas incessantes descobertas científicas e a moldagem constante das mentes, acompanhando a evolução diária das descobertas mirabolantes, por isso, não mais podemos dizer que determinado evento, que não onhecemos, possa ser uma quimera. As noticiais cada vez mais verossímeis, de discos voadores nos rodeando, não podem ser consideradas utópicas, a biologia, matemática quântica, cibernética, viagens estelares etc. não são mais vistas como uma ficção
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O autor é movido pela teimosia em querer se inserir na literatura, ao mesmo tempo, desfila os seus pensamentos pelas passarelas das fibras das páginas, na esperança de ser lido algum dia, todavia, essa sua insistência em percorrer os caminhos literários, oriundo de um parco saber vicinal e, sem ter a capacidade acadêmica para a pilotagem, o leva a uma cabotagem contínua ao redor do cerne da “árvore mãe” dos verdadeiros escritores, viagem essa que lhe mitiga balsânicamente o seu “ego“ em aproximação limalhadora de um estresse que insiste em imiscuir-se nos aposentados que, pela vida a fora, tiveram da sua juventude até a idade madura, subordinadas aos trabalhos lhes afeitos.
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O autor não é especialista em literatura, não tendo cátedra escolar aprimorada, além dos supletivos dos antigos primeiro e segundo graus, no entanto, essa deficiência, é completada pela sua força de vontade, somada a uma inteligência relativamente aprimorada e canalizadas pelas “vicinais” percorridas em direção constante para as auto-estradas” da recepção de quem, podendo e/ou, querendo, venha a tomar conhecimento da sua passarela de papeis oferecido ao público em geral. Não tendo a platéia liberada para Ele, vai escrevendo e guardando os originais na esperança de que, algum dia, seja aceito no total, quando, então, estará par e passo, em igualdade com o leitor que só terá a ganhar lendo as suas “pérolas” que, no momento, estarão fechadas em “ostra” ou... Nos seus armários!
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Esta obra é um trabalho literário empírico, de um autor que insiste em receber sobre si o reflexo propelido das passarelas de papeis, escrita por ele, na esperança de que Elas se tornem uma luz refletida, com efeito benévolo a favor dos seus irmãos, pelas estradas da vida, cada vez mais cerceadas pelos “acostamentos” longitudinais, limítrofes de uma liberdade plena e, aceitavelmente digna. O autor não se julga o dono da verdade insofismável, nem um mestre dos procedimentos articulados e/ou, a ser imitados pelos seus irmãos de jornada, até ao ponto final de cada existência, todavia, sem sombra de dúvidas, os seus textos empíricos apresentam os prós e os contras, sem o contraditório maçante e ditatorial, ficando a cargo de cada um analisá-los e, os seguir ou... Não!
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Este é um livro de textos diversificados, onde há uma miscelânea de assuntos do nosso cotidiano, resultante de algumas situações inusitadas, contrastantes e, de contra-senso, praticadas pelos vários personagens, às vezes, fictícios. Os eventos existentes no livro, de uma forma quase que geral, são do nosso dia-a-dia, no constante limalhar das horas, martelando os minutos e segundos, em direção de uma quimérica facilidade em ter, para alguns dos agentes, vantagens à custa de outrem. O presente livro não é um indicador de procedimentos ilibados e honrados, pelo contrário, na maioria dos acontecimentos narrados, indicam o mal proceder dos personagens, no afã de tirarem proveito próprio sem retribuir o conseguido para com os seus espoliados.
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Uma Poesia (minha e inédita), alusiva ao texto:
Volatilizo todo o meu tino
Na euforia do destino
Em ânsia descontrolada,
Sigo reto em curvilíneas,
Volteio nas longarinas...
Estanco na encruzilhada!
Veraneio em águas turvas
Num deserto sem chuvas
Em um vergel de nostalgia.
Sigo passos embriagados
De Escritores já deslocados
A caminho da periferia!
Sou número na sociedade
Sem média pra eqüidade
Nas doações dos valores,
Mas... Retiram-me o sumo!
Fico vagueando sem rumo
Desnivelado dos favores.
Perambulo pelas avenidas
Sem ter metas definidas
Nem destino predominante.
Sou um Escritor solitário
Levo minha cruz ao calvário
Tropeçando a todo instante!
Em cada levantar arfante
Peço arrimo às Editoras...
Recebo negativa no rosto!
Só da cruz recebo o amparo
Pra seguir o meu rosário
Ao Éden por Deus proposto.
Oh! Editoras dos infelizes
Que escolhe... Medalhões!
Deixando neófitos no inferno.
Pra Elas, só vale o monetário
E, nunca, o valor do grito
Do pobre Escritor subalterno!
Sebastião Antônio BARACHO.
conanbaracho@uol.com.br
Fone: (31) 3846-6195
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