Pernas longelíneas traçadas de sangue,
sob teus pés o repouso caridoso de minh`alma,
entre beijos e carícias blasfemas o renascer carnal,
do satânico emblema que se revela.
Runas e ideogramas pagãos na túnica batizada,
no estalar de galhos secos junto a tua morada,
de árvores negras retorcidas e casas incendiadas,
templos cristãos arruinados testemunham do alto nossa graça.
Nas mãos delicadas de ossos que despontam,
em longos e livres gritos arravias satânicas conduzem,
toda forma de energia para que a voz de Satâ,
soe firme e clara nos ouvidos atentos.
Neste reino particular de gemidos e sussuros, desejos atendidos,
evocações demoníacas aos modo de reprimidos intentos sacerdotais,
quando de torreôes empobrecidos e de subterrâneos arruinados,
férteis corpos despontavam e desapontavam a si mesmos enganados,
mas prisioneiros do prazer em violentos pecados.
Floresta em atmosfera de sonhos arraze os mitos judaicos,
amalgamados sátiros rebeldes não destoam do canto sagrado original,
na flauta de Pã, vinho de Dionísio,no fim das contas nós, e mais ninguém,
em sentimentos expressados sinceramente,entregues a deliberada paixão maligna.
A joía rara da princesa vampiro reluz o intenso brilho do fantasma que caminha,
iluminando interiores assombrados de vegetação vasta e sórdidos segredos,
no eclipsado significado do caminho inverso,
o inferno visto e revisto não assombrará aqueles que compreenderem.
No passeio de línguas que se chocam,
caninos revelam-se demasiado longos,
no êxtase simultâneo o pacto inquebrável de um gótico romance,
imortal em essência,transcendente em cinzentos nuances,
arruinando o descanso dos anjos que ainda não tombaram.