Sonetos : 

PARADOXOS

 
Chuva que cai mansinho lavando a alma
doce ternura volve o corpo e acalma
chuva lá fora devolve saudade que fica
gota de chuva que lava tambem edifica

Muralhas de sonhos molhados de chuva
Vestido encharcado grudado enluva
vidraça embaçada de choro e saudade
flagra a angústia - desnuda a verdade!

Goteira teimosa caindo em campasso
saudade recompõe, amor em pedaço
Chuva que colhe, recolhe serenidade

Tom de valsa melodiosa que invade
canção no terraço, chuva insistente
opostos sonoros afinam-se docemente!

 
Autor
Creusa Lima
 
Texto
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